A reunião.

quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

(Num local incerto, em alguma parte da Europa, se encontram os personagens à seguir citados. Parecem estar em uma grande sala de um castelo, iluminada por algumas velas e pela luz da Lua, que entra pela janela.)


Fauno: Mas afinal, para que convocaram essa reunião? Por que tanta urgência?
Bruxa: Deve se tratar de alguma coisa muito importante, suponho.
Vampiro: Ouvi alguns rumores, não sei se são verdadeiros.
(Passa algum tempo)
Bruxa: Que é que estamos esperando?
Fauno: Alguém se aproxima.
(A porta se abre, entra o papa da época.)
Vampiro: está atrasado!
Papa: Deve compreender que não é fácil chegar até aqui sem levantar suspeitas. Muitas pessoas acompanham meus passos, sou o papa; além
do que, muitas pessoas nem fazem idéia de que existam espécies como vocês aqui presentes. Imagine a confusão maior que seria saberem que eu me encontro com tais espécies.
Bruxa: Por que fala com nojo?
Vampiro: Não é o caso agora. Suponho que todos saibam dos últimos ocorridos.
Papa: Sim, Roma está com muitos problemas.
Vampiro: Estão quebrando o acordo de paz.
Bruxa: Como ousa fazer acusação de tal naipe?
Vampiro: Cala-te! Ouvi rumores de que uma discípula tua atacou um dos meus, minha raça, importante na minha sociedade. Ouvi que essa garota queria a vida imortal para a filha. Isso é um dos rituais que exigem sacrifício da minha espécie.
Confesse, já aconteceu outrora.
Bruxa: Como ousa? Mato-te aqui, agora, por tais acusações. Quem é essa?
Vampiro: Os rumores dizem que é uma das antigas, bem velha já. Descende da outra guerra, Chamam-a Eineiry.
(Silêncio)
Papa: Também soube de um lobisomem. Deviam estar extintos desde a grande guerra, os templários arcaicos mataram muitos desses. Fauno, sabe de alguma coisa?
(Silêncio. Todos encaram o Fauno. O silêncio se estende por alguns minutos, até que é rompido)
Papa: Dizem também que a filha pequena de um senhor de engenho sumiu. Se o acordo está quebrado, então devem estar montando teus exércitos. Um vampiro precisa fazer algum tipo de ritual ou coisa parecida para começar um exército, não?
Vampiro: Sim. Precisa escolher uma rainha para liderar um tropa ao seu lado.
Bruxa: Acusa, ainda, as seguidoras das minhas magias?
Vampiro: Cala-te feiticeira barata! Caso contrário Mato-te aqui!
(Bruxa se levanta recitando palavras desconhecidas, em outro idioma)
Bruxa: Prepara-te!
(Uma forte rajada de vento prende o vampiro na parede. O papa reza uma oração em Hebraico antigo e exorciza o local com água benta. O vampiro e a bruxa se queimam.)
Vampiro: Desgraçado!
( Quando o vampiro se solta, ataca o papa, mas não o fere. A bruxa prende os dois à parede, novamente com o vento.)
Bruxa: Agora eu mato os dois. Filhos do inferno!
(Vários corvos e ratos entram na sala, Seguidos de corujas e cervos. Estão todos mobilizados pelo mar de animal que se formou, menos o Fauno.)
Fauno: Cada um por si? Vou montar o meu exército.
(Fauno some. Cavaleiros templários entram na grande sala e resgatam o papa. A bruxa recita algumas palavras e desaparece como pó. Os animais pouco a pouco vão embora. O vampiro fica em pé e grita.)
vampiro: Guerra!

Nícholas Osório Mendes. (Puck Todd)

Uma parte do início.

segunda-feira, 6 de abril de 2009


Enfim veio a primeira noite do inverno e os camponeses puderam acender as suas velas e deitar em suas camas, cobertos com suas cobertas de pele ou de lã.
Porém, um jovem adulto e solitário parecia morrer próximo da entrada da vila. Todo ensanguentado, ugindo suas dores inouvíveis pela população, parecia ter escapado vivo do ataque de um monstro.
A pouco tempo tinha sido atacado e recebera mordidas fortes de um ser malígno. Essas feridas se concentravam em seu pescoço; por sorte conseguira escapar da morte.
No limite de suas vidas, no fim de sua vida imortal o mórbido jovem enxergou a embaçada imagem humanóide de uma negra mulher que voltava com sua pequena dona para a vila. No começo, receoso, resolveu se esconder, porém o instinto de sobreviver fez-o atacar a negra. Que vencesse o mais forte.
Infelizmente uma humana indefesa e despreparada nunca poderia vencer a força descomunal de um vampiro com fome, ainda que esse estivesse a beira da morte.
Ao mesmo tempo que se ouvia soar do grito agudo de uma pequena menina que pedia socorro para qualquer outro ser, o jovem vampiro pareceu ganhar vida, restaurando suas feridas e confiança enquanto a negra, cedida pelo veneno da morte não fazia outra coisa senão morrer.
Revigorado o mórbido ser apenas caminhou em direção à menina, recitou algumas palavras em lingua que a garota não entendia e desconhecia, mas tais palavras tinham um timbre enfermiço e confortante tão belo que ela só pôde fitá-lo os olhos profundos da morte viva com os seus de esmeralda, sem emitir som algum.
Sentiu os dentes afiados e demoníacos furarem-lhe o pescoço e as artérias , sentiu também o ardente veneno que lhe correu pelas veias do corpo sem lhe causar dor, mas sim uma sensação de orgasmo excitante e satisfatória.
Quando as presas afiadas sairam-lhe do pescoço a menina tornou a fitar aqueles olhos de morte profundos, mas via neles, agora, uma cor de rubi amaldiçoado, muito atraente. Tratou de beijar o demônio e despi-lo. Ele apenas contribuiu as afeições.
Gritos de gozos e puro orgasmo foram ouvidos pela floresta e quando terminaram o ritual sexual os dois tinham uma ligação mais que sanguínea, uma ligação morta e sem espírito.
Já tinha a sua rainha e sua fortaleza, o castelo, faltava-lhe os piões, ai sim sua guerra contra a jovem bruxa que o atacara outrora teria um recomeço.
O pacto de paz estava parcialmente quebrado.

Nícholas Mendes (Puck Todd)